24 agosto, 2020

Grupo Teatral Astecas - por Carlos Lopes




Nos anos setenta, a vizinha cidade de Sertânia foi exemplo no esporte e na cultura. Os seus fabulosos jogadores de handebol foram à alma da seleção estadual e a cada ano o número elevado de alunos que ingressavam nas universidades recifenses não era novidade pra ninguém. No teatro não foi diferente, todo mundo sabia do Grupo Teatral Disparada.

Em 1974, a nata dos estudantes custodienses apresenta uma peça teatral composta a partir de um folheto de cordel, onde a convite de Fernando José interpretei um personagem de poucas falas. O Grupo Teatral Os Gândavos foi de suma importância a tantos jovens que viram na dramaturgia uma forma de se aculturar e proporcionar entretenimento a uma sociedade muito fechada e de poucas oportunidades.

Além de consideráveis montagens, o grupo mantinha-se sintonizado com o Serviço Nacional de Teatro, recebendo orientações, revistas e apoio técnico, estimulante aos grupos que se formaram posteriormente. Com o passar dos anos houve o esvaziamento natural de estudantes que migraram às grandes universidades do país. 

Em 1976, juntamente com Ione Miro, Nalva Aleixo, Gisoleide Ferreira, Maria de Fátima, Carlos Nunes e Edilene Feitosa foi criado o Grupo Teatral Astecas. Meses depois, no dia 8 de setembro de 1976 estreamos com a peça ¨A Pobreza Envergonhada”, no Colégio Municipal Padre Leão, de onde todos éramos alunos.

A curta trajetória deste grupo foi marcada pela montagem da peça infantil de Maria Clara Machado, “Pluft o Fantasminha”. A esta altura alguns novos membros foram incorporados e já tínhamos um aparato técnico compatível evitando as gafes iniciais. A apresentação foi feita com sucesso no Colégio Municipal Padre Leão, e em seguida, no dia 21 de abril de 1977, fizemos apresentação para os alunos do Colégio General Joaquim Inácio. Na platéia havia um casal muito especial. Os caruaruenses Paulo Andrade e sua esposa Célia Regina me procuraram no dia seguinte se dizendo satisfeitos com o nosso desempenho. Estava nascendo ali um novo grupo teatral. Aliás, o ressurgimento do Grupo Teatral Os Gândavos. Mas aí é uma outra história.

Por Carlos Lopes
Foto: Peça Morre Um Gato na China

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